terça-feira, 3 de junho de 2008

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Custódia de Belém retirada de exposição

Desde 29 de Abril, uma das peças centrais da colecção do MNAA, a Custódia de Belém, obra-prima da nossa ourivesaria e da Arte Portuguesa em geral, foi temporariamente retirada de exposição.


A Custódia é um objecto de grande complexidade técnica, construído em ouro muito puro, logo muito macio, guarnecido de esmaltes coloridos e de um viril de vidro. Sofre hoje problemas de conservação a que urge acudir, dada a degradação do vidro do viril e o risco de destacamento dos esmaltes.


Deseja o Museu, certamente, como todos os portugueses e estrangeiros que o visitam, vê-la correctamente conservada, restaurada e exposta com a dignidade que ela merece.
A fim de manter o público informado, o MNAA criou um espaço permanente de divulgação acerca desta obra magnífica, enquanto a mesma se mantiver ausente.
O público poderá assim, não só ver imagens da Custódia de Belém, em todos os seus pormenores, como acompanhar as várias fases do tratamento da peça.


Mandada lavrar pelo rei D. Manuel I, que depois a ofereceu ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, esta Custódia famosa, datada de 1506, impõe-se como a obra máxima do ciclo manuelino, reflectindo o poder e a magnificência régias no período áureo das descobertas.


É uma obra inultrapassável de virtuosismo, esta micro-arquitectura do gótico final, que o ourives/poeta Gil Vicente executou com o ouro do tributo (páreas) de Quilôa, trazido por Vasco da Gama no regresso da sua segunda viagem à Índia em 1503.